Banana Nanica: seu crescente destaque nas produções e consumo
A banana nanica, também conhecida em algumas regiões como banana d’água, embora não seja a mais vendida, é considerada a fruta mais consumida no Brasil, e uma das mais produzidas no mundo. Sendo a Índia, a China e a Indonésia seus maiores produtores, e em seguida o Brasil. Tal fato pode ser explicado devido seu alto valor nutritivo, com grandes níveis de magnésio, potássio e vitaminas, e por ser a mais doce das bananas, agradando o paladar de muitos.
Tendência de Mercado
Segundo análises de atacadistas contatados pelo Hortifruti/Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a banana nanica tende a valorizar cada vez mais esse ano, por conta da melhora da demanda no mês de março, decorrente do retorno das aulas alinhado ao aumento das produções que foram favorecidas pela chuva e temperaturas adequadas, culminando no enchimento dos cachos das regiões produtoras. Esse cenário impulsionou a queda no preço da banana nanica e consequente aumento de seu consumo.
Embora a banana nanica seja uma das principais frutas brasileiras exportadas, ela está longe de liderar as exportações para as potências mais desenvolvidas. Isso ocorre pois os mercados europeus e norte-americanos, por exemplo, são muito exigentes, fazendo com que o nosso produto nacional seja considerado desqualificado para eles. Além disso, praticamente toda a produção de banana nanica do país é destinada ao mercado interno, sendo apenas 1% voltado para exportações. Entretanto, atualmente há polos de produção com potencial de crescimento e ações se desenvolvendo a fim de ampliar as exportações brasileiras de banana nanica, como é o caso do Vale do Ribeira em São Paulo e o Norte de Santa Catarina.
Consumo
Não é de hoje que o consumo de banana nanica se mostra muito alto no Brasil. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro consome em média cerca de 25 quilos de banana per capta/ano. Seu alto consumo está atrelado a diversos fatores: à praticidade, podendo ser consumido in natura, bastando somente descascar; aos seus benefícios, sendo riquíssima em nutrientes e fibras alimentares que promovem a saciedade; ao seu custo benefício, que por conta da alta demanda, pode ser vendido a um preço menor sem prejuízo de lucro dos produtores, representando um importante papel social; e pela sua acessibilidade, podendo ser encontrada em todas as regiões do país e durante o ano todo, por ser uma fruta de fácil adaptação com o clima tropical brasileiro.
Valorização Internacional
Apesar da banana nanica não ser o foco das importações dos mercados europeus e norte-americanos, nos países integrantes do Mercosul, com destaque para a Argentina e Uruguai, pela exigência de qualidade ser menor, comparada aos demais mercados, o nível de importação brasileira de banana nanica é alto, principalmente pelo fato de uma das regiões de maior produção da banana nanica, que é a região do Norte de Santa Catarina, estar mais próxima dos países do Mercosul, facilitando as exportações.
Em contrapartida, ainda que os países europeus não importem muito as frutas de origem brasileira, a tendência é que isso mude, pois desde a saída do Reino Unido do Brexit, o país vem deixando de importar tanto do bloco e expandindo suas importações, trazendo novas oportunidades para os exportadores brasileiros. Além disso, após a pandemia da Covid-19, constatou-se que os britânicos vem buscando mudar seus hábitos alimentares e por isso estão mais atentos às informações nutricionais nos rótulos de alimentos e bebidas, segundo a pesquisa Lifestyles Consumer Survey, da Euromonitor, cerca de 34% dos britânicos monitoram sua alimentação. Essa mudança de hábitos alimentares consequentemente impulsiona no aumento do consumo de frutas como a banana nanica.
Por: Giovanna Uema em 07/04/2023
Fontes: