Cachaça: o próximo destilado no mercado internacional
A cachaça é, segundo o Planalto, por decreto federal, bebida nacional do Brasil, o que traz um grande potencial para a internacionalização do produto. De acordo com artigo baseado em estudo mercadológico do Sebrae de 2012, a Escócia exporta 80% de sua produção anual de whisky, e a tequila mexicana movimenta US$ 300 milhões no mercado internacional. A cachaça, no entanto, embora seja o 3º destilado mais consumido no mundo, como apontam dados do CBRC (Centro Brasileiro de Referência da Cachaça), ainda encontra um mercado muito pouco explorado internacionalmente, altíssimo potencial de exportação.
Oportunidade de internacionalização para pequenos e microprodutores
Outros dados do CBRC entregues no mesmo ano, referentes à produção nacional de cachaça, demonstram que 98% dos 40 mil produtores da bebida são pequenos ou microempresários, e é nas mãos destes que se encontra a oportunidade de levar a outros países a "única bebida, na atualidade, capaz de ter um boom no mercado internacional", de acordo com a pesquisa. O método artesanal de produção do destilado adotado por muitos dos pequenos fabricantes é altamente valorizado, inclusive no exterior, onde a imagem da bebida está altamente associada ao Brasil. O CBRC aponta ainda, que o consumo anual de cachaça por brasileiro é de 11,5 litros, ficando apenas atrás da cerveja como bebida mais consumida no país, segundo matéria de 2017 do portal JC negócios.
Os mercados para a cachaça brasileira
De acordo com artigo publicado em 2014 pelo diretor de qualidade da AgroPlan, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Europa constitui o maior mercado consumidor de cachaça brasileira, sendo a Alemanha responsável por 30% dos volumes exportados, seguida por países como Estados Unidos, Portugal e Itália. Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento referentes à exportação de cachaça no primeiro semestre de 2018 confirmam essa tendência que vem se construindo ao longo dos anos: São Paulo (US$ 4.332.583), Rio de Janeiro (US$ 1.058.973), Paraná (US$ 819.424), Pernambuco (US$ 594.775) e Ceará (US$ 499.372) aparecem como os estados brasileiros que mais exportaram o produto no período. Os maiores compradores foram os Estados Unidos (US$ 1.270.317), Alemanha (US$ 1.011.337), Paraguai (US$ 1.002.130), Portugal (US$ 790.639) e Itália (US$ 706.674).
Os números fornecidos mostram que o mercado exterior para a bebida é, apesar de seu potencial, ainda pouco explorado, sobretudo quando comparamos seu desempenho da cachaça, a segunda bebida mais consumida do Brasil, com o de outros destilados amplamente internacionalizados, como o whisky e a tequila. Assim, tudo aponta que a tendência de prosperidade de um investimento na produção e exportação do destilado pode gerar é crescente, dessa forma, levar o produto do Brasil para o mundo é, mais que cabível, é uma excelente oportunidade para produtores de cachaça de todos os portes.
Por Rodrigo Renosto em 15/02/2019
Fontes:
encurtador.com.br/rvT12