O futuro do milho no Brasil
O milho é um cereal cultivado em grande parte do mundo e extensivamente utilizado como alimento humano ou para ração animal devido às suas qualidades nutricionais. É um dos grãos mais assistidos de tecnologias de plantio e colheita, é cosmopolita e sua produção em 2004 chegou a 600 milhões de toneladas em todo o mundo. Seu nome, de origem indígena caribenha, significa “sustento da vida". Alimentação básica de várias civilizações importantes ao longo dos séculos, os Olmecas, Maias, Astecas e Incas reverenciavam esse cereal na arte e na religião.
Novas tecnologias
Dada a alta demanda internacional do milho, o Brasil se planeja para potencializar suas exportações do produto em 2023. Com o objetivo de aumentar a produtividade ao cultivar esse produto, a empresa Embrapa trouxe uma análise genética e genômica de milho e inovações tecnológicas para o mercado de sementes do cereal. Essa pesquisa foi apresentada na Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo. A partir dos dados coletados, previa-se um rearranjo na produção e dinâmica do trabalho, integrando tecnologia e inovação no mercado agrônomo. A reunião, realizada no último dia 7 de março, foi conduzida pelo presidente da Câmara Setorial, Sérgio Luiz Bortolozo, que reconheceu a importância da Embrapa no desenvolvimento do agronegócio no País. “A Embrapa tem feito um trabalho heroico. Todas as vezes que solicitamos uma missão à instituição, ela nos atende com eficácia. Hoje, temos tecnologia tropical e condições para sermos ainda mais competitivos”, disse.
Mês de Abril
Os números mostram um cenário positivo para o mercado brasileiro, de forma com que a receita de exportação do primeiro quadrimestre de 2023 supere em 154% o total de 2019. Apesar das exportações de milho terem sido reduzidas no mês no abril, o montante total de embarques realizados esse ano foi de 10,10 milhões de toneladas. Com isso, a previsão anual para o Brasil é de vender 45 milhões de toneladas ao exterior, arrecadando cerca de US$ 12,3 bilhões, de acordo com a Secretaria do Comércio Exterior. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) há uma expectativa de recorde na produção de várias commodities na safra 22/23 e a previsão de crescimento de 11,6% do PIB do agro. Dessa forma, o Brasil ganharia ainda mais destaque no mercado internacional.
Frete do milho
Os principais portos pelos quais o alimento saiu do país em abril foram os de Itaqui (MA) e Barcarena (PA). Os dois portos exportaram 2,76 milhões de toneladas de milho das 3,56 milhões que passaram pelo Arco Norte, representando 78% do volume abarcado. Uma possível explicação para a realocação da principal base exportadora de grãos brasileira para o Norte e Nordeste do Brasil, seria o custo de frete mais barato, além dos grandes investimentos de internalização de fertilizantes na região. Todavia, o barateamento nos fretes ocorreu somente em algumas regiões, como o Mato Grosso, que teve uma redução de tarifas rodoviárias, devido as safras recordes de produtos do agronegócio. O oposto ocorre no Paraná, sendo que as colheitas de milho apresentaram aumento nos valores de frete, reflexo da intensificação das colheitas.
Desvalorização do milho em Chicago
Com a potencialização das safras de exportação de milho brasileiras e ucranianas, a oferta mundial do alimento aumenta, intensificando a concorrência nos Estados Unidos e, consequentemente, reduzindo o preço do produto em cenários domésticos e internacionais. O aumento na produtividade do milho trouxe consequências negativas para Chicago, trazendo quedas na sua bolsa de valor (CBOT).
Sobre a produção ucraniana, seus embarques de milho no ano-safra até abril aumentaram 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 24,4 milhões de toneladas, colaborando ainda mais para o aumento da oferta mundial do produto.
Por: Julia Fragoso em 05/05/2023
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