O desejado mercado das hamburguerias
Apesar da grande crise financeira de 2008 e do período de recessão que atingiu o Brasil nos últimos anos, alguns nichos de mercado continuaram a desenvolver-se. Bons exemplos desse sucesso apesar das adversidades estão no setor de "Alimentos e Bebidas". Segundo um estudo realizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), constatou que esse setor gastronômico supera os booms da moda e se destaca na economia.O estudo afirma que o setor de "Alimentos e Bebidas" estava no topo da lista entre os mais promissores para se investir em 2017, demonstrando um bom desenvolvimento.
Dessa forma, com uma crescente popularidade, as hamburguerias apresentam, segundo o InFood, um site especializado em mercados gastronômicos, o nicho de maior prosperidade dos últimos 3 anos do mercado gastronômico brasileiro. No eixo Rio-São Paulo esse tipo de empreendedorismo é destaque e extremamente requisitado , tanto que em 2017 haviam cerca de 102 marcas com 232 lojas, de um total de 292 lojas nacionais. Somente no estado de São Paulo, de acordo com um levantamento do Instituto Gastronomia, ocorreu um crescimento do segmento de mais de 575% entre 1994 e 2014.
Entretanto, apesar de todo esse crescimento e índices prósperos, estudos indicam que o mercado não está saturado. Um dos motivos para isso é o fato de que as hamburguerias estão sempre se renovando e buscando modernizar seus hambúrgueres, espaços e acompanhamentos. Outro ponto importante é o uso das redes sociais para divulgar o negócio. Segundo um estudo realizado com 12 hamburguerias diferentes participantes do POA Burger Fest 2017, o site de pesquisas Segmento constatou que durante 12 meses de atividade as páginas alcançaram cerca de 500 mil interações.
Além da necessidade de diferenciação e do uso das redes sociais, as hamburguerias diversificaram-se e saíram do status de "elitizadas" obtendo, consequentemente, uma maior competitividade no mercado. Daniel Costa, diretor da empresa de consultoria Business Franquias reafirma o fato citado anteriormente: "É um avanço expressivo, que superou a média do setor, neste mesmo período. Quando surgiram em nosso país, as hamburguerias tinham status de "elitizadas", voltadas para consumidores com alto poder aquisitivo e aos grandes centros. Tempos depois, elas se diversificaram e atualmente oferecem produtos que atendem a todos os públicos".
Em uma perspectiva mais empresarial, analisando os dados já apresentados, a famosa invenção americana de pão, carne e queijo foi reformulada e é muito requisitada. Mesmo com um aperto de orçamento das famílias brasileiras, essas não abrem mão de comer fora de suas casas como afirmou o presidente do Sebrae Guilherme Afif Domingos: "A população continua crescendo e, mesmo em tempos de crise, não deixa de consumir esses produtos e serviços. As pessoas buscam alternativas mais baratas, mas o consumo permanece. É importante o empresário acompanhar esse movimento da economia para ter mais sucesso.".
Por fim, é possível constatar que mesmo com a crise que afetou o país, o mercado gastronômico das hamburguerias é uma boa aposta para investimento. O produto caseiro e artesanal com um preço acessível é o desejo do momento, dessa forma, os antigos sanduíches das redes de fast food são reformulados com ingredientes mais selecionados. As expectativas são de que esse setor continue com um crescimento no ano de 2018, basta o empreendedor investir em ideias diferentes e atrativas.
Por Vitória Godoy em 01/06/2018
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